A vereadora desta semana é Balbina de Oliveira de Paula
Santos. Ituana de nascimento, ela foi criada até os 15 anos em Tietê, em
seguida foi para São Paulo e, aos completar os 20 anos, voltou para Itu. Foi
criada no bairro Padre Bento e residiu por um pequeno período na Vila Nova. Sua
vida estudantil passou por escolas públicas e privadas, tanto em Tietê quanto em São Paulo. Balbina
não tem o superior completo e, segundo ela própria, não pretende fazê-lo.
Sua vida política teve início através de seu marido, Paulo
Henrique de Paula Santos, que foi vereador, presidente da Câmara e candidato a
prefeito da cidade, concorrendo, à época, com Lázaro José Piunti. Após a saída
de seu marido, Balbina se candidatou à vereadora. Desde que se elegeu, seu foco
sempre esteve voltado ao social, afinal ‘pegou a manha em casa’, pois ela e seu
marido sempre foram unidos politicamente nesta área.
Por gostar da parte social, seus projetos são voltados, na
maioria das vezes, para este segmento. Ela diz que às vezes as pessoas querem
algo, mas não sabem como fazê-lo ou que caminho tomar. “O político ensina o
caminho para as pessoas fazerem por si mesmas. As pessoas mais simples são
carentes de informações, é aí que entra o vereador. Por isso que muitos dizem
que o vereador é assistente social, porque ele abre os caminhos”, explica. “Eu
gosto do social, de ajudar as pessoas. Não é ajudar dando uma cesta básica,
comprando uma passagem, é dando autonomia a eles. Mostrando seus direitos”,
completa.
Nossa Constituição dá ao cidadão diversos direitos, alguns
que muitos nem conhecem, nem mesmo este que te escreve. Uma das razões é a
falta de interesse de cada um, mas também não nos é mostrado, nem ensinado o
que podemos fazer e/ou como fazer. Por algum motivo ou algum interesse não querem
que a população tenha total conhecimento de seus diretos. Na política a
situação se repete.
A vereadora se posiciona quando toco no assunto. “Os
políticos não querem que o eleitor tenha informação. Eu já sou ao contrário, eu
acho que o eleitor tem que ter a informação necessária. Muito eleitor não sabe
que o vereador é funcionário dele. Vereador é funcionário do povo, é ele que
paga nosso salário. Então nós temos a obrigação de ajudar, alertar a população
e mostrar o caminho”, reforça.
MANDATO
Na Casa de Leis desde 2000, Balbina foi vereadora durante
oito anos e se candidatou a deputada federal atingindo 23 mil votos. Por quatro
anos ficou ausente da política, voltando em 2013. Quando questionada sobre o
número de projetos que já colocou à mesa da Casa, ela enumera aproximadamente
umas 60 leis e diz ter perdido a conta de indicações. Em relação a
requerimentos, lembra que é a primeira da Casa, em quantidade. Ressalta
ainda que não faz requerimentos à toa, mas sim para fiscalizar, afinal “a Casa
de Leis é para isso”.
COMO A POPULAÇÃO VÊ A VEREADORA
“Na verdade eu sou muito querida pelas pessoas. Elas não me
conhecem pessoalmente, mas conhecem algo que eu fiz. Então se você for à Praça
da Matriz e perguntar você conhece a vereadora Balbina, não tem quem não me
conheça. Eu gosto muito de fazer visitas de participar. Gosto de entrar na vida
do cidadão”.
A vereadora fala de um projeto bem interessante com o nome
‘Legislativo Nas Escolas’. Trata-se de ensinar a política, também na escola,
não só em casa. Em
quase 100% das casas os filhos ouvem que a política não presta, não funciona e
que todos os políticos são corruptos. Esse pensamento é tão irrigado que as
crianças e adolescentes acabam não se interessando ou confiando no setor ou no
funcionário. O ‘Legislativo Nas Escolas’ vem para ‘desmistificar’ e mostrar que
nem tudo é tão ruim. Claro que, pelo histórico que conhecemos, fica difícil
enxergar algo benéfico, mas temos que ‘pintar’ um cenário novo no futuro. “Há
uma outra vertente, a que exerce seu papel, a que fiscaliza, a que faz a cidade
se desenvolver e que traz qualidade de vida à população. Essa é a boa política
e a criança tem que criar esse gosto, mesmo porque, no futuro, ela pode se
tornar um político. Temos que acabar com o vício da política por interesse,
corrupta”, diz Balbina com ar de esperança.
POLÍTICA EM ITU
Os ituanos conhecem bem como anda a política na cidade. E
não é de agora (de 10 anos para mais). A ituana também opinou sobre isso. “Se
você pegar a política de Itu, hoje ela não tem autonomia, porque eles
(políticos) se beneficiam do poder público. Aqui em Itu são poucos que são
políticos verdadeiros. Eles têm interesses próprios, não para o próximo. A
política tem de ser encarada como um trabalho, não como profissão.”
Nossa entrevistada fez uma colocação interessante sobre como
se mede um legislativo e um executivo. Ela diz que não é por um asfalto na rua,
por tapar um buraco, mas sim, pelo desenvolvimento da cidade, geração de
empregos, qualidade de vida, boa educação, saúde e meio ambiente.
MELHORIAS NA CÂMARA
O primeiro ponto que a vereadora considera passível de
mudança é o pensamento de alguns políticos. Ela diz que eles deveriam pensar na
população, independente de sua posição dentro da Casa. “Por exemplo, se eu sou
oposição e tenho um projeto que ajude os cidadãos, o mesmo acaba sendo vetado,
pois sou oposição. Levam pelo lado pessoal. Acho isso errado!”
O número de carros que a Câmara tem é um exagero segundo
Balbina. Ela afirma que cada vereador tem direito a um veículo e acha isso
desnecessário. “Deveria ter somente um, para o presidente.” Em relação ao
número de funcionários o pensamento segue a mesma linha. A proporção
trabalho/funcionários é desigual, “é muito funcionário para pouco trabalho”.
REFLEXÃO
Você leitor tem ideia de quanto um vereador na cidade
de Itu ganha mensalmente? O espanto já começa aí, no fato de receber salário.
Político deveria ser um trabalho voluntário. Mas voltando, um vereador recebe
nada mais que R$ 7.400,00 (sete mil e quatros reais) para fazer o que faz, já
com os descontos, que somados batem R$ 10.000 (dez mil reais). Vale lembrar que
todos têm uma fonte de renda primária, o ‘ser vereador’ é a segunda. Fica a
reflexão!
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