domingo, 18 de janeiro de 2015

Perfil da Semana - Vereadores de Itu

A vereadora desta semana é Balbina de Oliveira de Paula Santos. Ituana de nascimento, ela foi criada até os 15 anos em Tietê, em seguida foi para São Paulo e, aos completar os 20 anos, voltou para Itu. Foi criada no bairro Padre Bento e residiu por um pequeno período na Vila Nova. Sua vida estudantil passou por escolas públicas e privadas, tanto em Tietê quanto em São Paulo. Balbina não tem o superior completo e, segundo ela própria, não pretende fazê-lo.

Sua vida política teve início através de seu marido, Paulo Henrique de Paula Santos, que foi vereador, presidente da Câmara e candidato a prefeito da cidade, concorrendo, à época, com Lázaro José Piunti. Após a saída de seu marido, Balbina se candidatou à vereadora. Desde que se elegeu, seu foco sempre esteve voltado ao social, afinal ‘pegou a manha em casa’, pois ela e seu marido sempre foram unidos politicamente nesta área.

Por gostar da parte social, seus projetos são voltados, na maioria das vezes, para este segmento. Ela diz que às vezes as pessoas querem algo, mas não sabem como fazê-lo ou que caminho tomar. “O político ensina o caminho para as pessoas fazerem por si mesmas. As pessoas mais simples são carentes de informações, é aí que entra o vereador. Por isso que muitos dizem que o vereador é assistente social, porque ele abre os caminhos”, explica. “Eu gosto do social, de ajudar as pessoas. Não é ajudar dando uma cesta básica, comprando uma passagem, é dando autonomia a eles. Mostrando seus direitos”, completa.

Nossa Constituição dá ao cidadão diversos direitos, alguns que muitos nem conhecem, nem mesmo este que te escreve. Uma das razões é a falta de interesse de cada um, mas também não nos é mostrado, nem ensinado o que podemos fazer e/ou como fazer. Por algum motivo ou algum interesse não querem que a população tenha total conhecimento de seus diretos. Na política a situação se repete.

A vereadora se posiciona quando toco no assunto. “Os políticos não querem que o eleitor tenha informação. Eu já sou ao contrário, eu acho que o eleitor tem que ter a informação necessária. Muito eleitor não sabe que o vereador é funcionário dele. Vereador é funcionário do povo, é ele que paga nosso salário. Então nós temos a obrigação de ajudar, alertar a população e mostrar o caminho”, reforça.

MANDATO

Na Casa de Leis desde 2000, Balbina foi vereadora durante oito anos e se candidatou a deputada federal atingindo 23 mil votos. Por quatro anos ficou ausente da política, voltando em 2013. Quando questionada sobre o número de projetos que já colocou à mesa da Casa, ela enumera aproximadamente umas 60 leis e diz ter perdido a conta de indicações. Em relação a requerimentos, lembra que é a primeira da Casa, em quantidade. Ressalta ainda que não faz requerimentos à toa, mas sim para fiscalizar, afinal “a Casa de Leis é para isso”.

COMO A POPULAÇÃO VÊ A VEREADORA

“Na verdade eu sou muito querida pelas pessoas. Elas não me conhecem pessoalmente, mas conhecem algo que eu fiz. Então se você for à Praça da Matriz e perguntar você conhece a vereadora Balbina, não tem quem não me conheça. Eu gosto muito de fazer visitas de participar. Gosto de entrar na vida do cidadão”.

A vereadora fala de um projeto bem interessante com o nome ‘Legislativo Nas Escolas’. Trata-se de ensinar a política, também na escola, não só em casa. Em quase 100% das casas os filhos ouvem que a política não presta, não funciona e que todos os políticos são corruptos. Esse pensamento é tão irrigado que as crianças e adolescentes acabam não se interessando ou confiando no setor ou no funcionário. O ‘Legislativo Nas Escolas’ vem para ‘desmistificar’ e mostrar que nem tudo é tão ruim. Claro que, pelo histórico que conhecemos, fica difícil enxergar algo benéfico, mas temos que ‘pintar’ um cenário novo no futuro. “Há uma outra vertente, a que exerce seu papel, a que fiscaliza, a que faz a cidade se desenvolver e que traz qualidade de vida à população. Essa é a boa política e a criança tem que criar esse gosto, mesmo porque, no futuro, ela pode se tornar um político. Temos que acabar com o vício da política por interesse, corrupta”, diz Balbina com ar de esperança.

POLÍTICA EM ITU

Os ituanos conhecem bem como anda a política na cidade. E não é de agora (de 10 anos para mais). A ituana também opinou sobre isso. “Se você pegar a política de Itu, hoje ela não tem autonomia, porque eles (políticos) se beneficiam do poder público. Aqui em Itu são poucos que são políticos verdadeiros. Eles têm interesses próprios, não para o próximo. A política tem de ser encarada como um trabalho, não como profissão.”

Nossa entrevistada fez uma colocação interessante sobre como se mede um legislativo e um executivo. Ela diz que não é por um asfalto na rua, por tapar um buraco, mas sim, pelo desenvolvimento da cidade, geração de empregos, qualidade de vida, boa educação, saúde e meio ambiente.

MELHORIAS NA CÂMARA

O primeiro ponto que a vereadora considera passível de mudança é o pensamento de alguns políticos. Ela diz que eles deveriam pensar na população, independente de sua posição dentro da Casa. “Por exemplo, se eu sou oposição e tenho um projeto que ajude os cidadãos, o mesmo acaba sendo vetado, pois sou oposição. Levam pelo lado pessoal. Acho isso errado!”

O número de carros que a Câmara tem é um exagero segundo Balbina. Ela afirma que cada vereador tem direito a um veículo e acha isso desnecessário. “Deveria ter somente um, para o presidente.” Em relação ao número de funcionários o pensamento segue a mesma linha. A proporção trabalho/funcionários é desigual, “é muito funcionário para pouco trabalho”.

REFLEXÃO

Você leitor tem ideia de quanto um vereador na cidade de Itu ganha mensalmente? O espanto já começa aí, no fato de receber salário. Político deveria ser um trabalho voluntário. Mas voltando, um vereador recebe nada mais que R$ 7.400,00 (sete mil e quatros reais) para fazer o que faz, já com os descontos, que somados batem R$ 10.000 (dez mil reais). Vale lembrar que todos têm uma fonte de renda primária, o ‘ser vereador’ é a segunda. Fica a reflexão!

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