domingo, 26 de outubro de 2014

Água em Itu: Artigo de luxo

A população ituana continua sofrendo com a falta de água que assola a cidade há mais de seis meses. O racionamento já perdura há mais de nove.

Toda a cidade já sentiu o gostinho de ficar sem uma gota d'água nas torneiras. Alguns bairros estão com esse 'sabor' amargo há cerca de 45 dias. Fica até difícil de imaginar como é não poder sanar suas necessidades básicas (escovar os dentes, lavar o rosto pela manhã, tomar banho, lavar roupa, cozinhar, limpar a casa, etc) por mais de um mês. O exemplo a seguir resume, drasticamente, o que as pessoas tem tido de fazer, devido a má administração do governo municipal: moradores têm evacuado em sacos plásticos e jogado em containers. Sim, é isso mesmo! Exemplos como esse têm se repetido com uma frequência entristecedora.

CAMINHÕES PIPA

Desde que a crise hídrica aumentou exponencialmente, a prefeitura colocou nas ruas caminhões pipa para abastecer os bairros mais afetados - é o mínimo. Porém, moradores das regiões listadas para recebê-los dizem que não estão e reforçam que, quando passam pelas ruas, cobram uma taxa de entrega.

A reportagem deste blog está colhendo dados para fazer um balanço de quantos caminhões foram disponibilizados para abastecer a população, saber se os mesmos foram nos bairros anunciados e confirmar se estão cobrando pela entrega da água. Também está na pesquisa quantos litros/dia a Brasil Kirin está cedendo para a prefeitura, para quais regiões e, mais uma vez, se está sendo cobrado.

Para atingir essa meta, peço ajuda dos leitores, dos moradores e de qualquer cidadão interessado em ajudar Itu nesta fase difícil!

Assista aqui dois vídeos da realidade ituana.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Perfil Semanal - Vereadores de Itu

O perfil desta semana é com o vereador Paulo Eduardo Andrade Ortiz, mais conhecido como ‘Eduardo Ortiz’. Um político novo, tanto na idade, quanto em experiência política, porém, se destaca entre tantos outros.

Ituano de 5 de novembro de 1981, irmão de Joana e Rogério (gêmeo), todos filhos de Maria Ignez e Dorgélio Ortiz, cresceu no bairro São Luiz e foi ali onde começou a trilhar seu caminho de liderança. Desde pequeno, sempre era escolhido como representante de classe e de grupos dentro da escola Rogério Lázaro Tochetton, onde estudou. O pequeno Ortiz era ‘alvo’ de todos, pois fazia um bom trabalho e atendia às expectativas de seus votantes. Outra característica marcante nele é aquela vontade de sempre querer ajudar as pessoas, interceder por aqueles que não podem ou não têm como fazê-lo.

Eduardo é católico e aos oito anos, quando aprendeu a tocar violão, marcava presença, todos os domingos, na Comunidade São Luiz Gonzaga, onde até hoje toca, além de ser salmista e dirigir o Grupo de Adolescentes HUVA (Hoje, Unidos, Venceremos o Amanhã). Ele também é o idealizador da ‘Mega Festa São Luiz’, uma quermesse com atrações musicais e uma grande estrutura de palco, som e luz, onde sua banda, ‘Banda Cristo Jovem’, também marca presença. O evento se tornou um ícone entre as festas de rua da cidade.

A vida política de Eduardo Ortiz teve início em 2004, quando se candidatou a vereador, aos 22 anos, o mais novo da cidade. Em 2008, adquirindo cada vez mais a confiança da população, teve 824 votos. Não foi o suficiente para se eleger, mas sua determinação não diminuía, tanto que no ano seguinte se formou em Direito pela FADITU (Faculdade de Direito de Itu), reforçando sua segurança e aumentando suas habilidades para por em prática seus planos. Nas eleições de 2012, lá estava Paulo Eduardo Andrade Ortiz, na luta por seu espaço dentro da Câmara Municipal. Tamanha dedicação e suor renderam 872 votos, elegendo-o vereador de Itu.

De lá pra cá, Ortiz tem colocado em discussão muitos projetos voltados para a cidade e para a população, seu principal foco. Até hoje o vereador colocou à mesa 55 indicações, 16 moções, cinco projetos de lei, três requerimentos, duas resoluções e um decreto. Tudo isso em um ano e dez meses de atuação. Dentre as propostas, a que se destaca é a mudança do horário das sessões para o período noturno - ideia não aceita por nenhum dos vereadores - o intuito é que as sessões iniciem às 18h, para que a população possa participar sem interferir em suas rotinas diárias, sejam elas profissionais ou pessoais.

O vereador apóia também a alternância de poder, um conceito relacionado diretamente ao de democracia e que condena a perpetuidade de dirigentes políticos no poder, pois tal fato desvirtuaria o caráter de um governo popular. Ortiz defende e incentiva esse mote em âmbito federal, estadual e municipal. “É saudável para toda a população. Eu acho que deveria equiparar o legislativo ao executivo ao que tange as eleições. Para o executivo só é válido uma re-eleição, no legislativo não. No legislativo pode ser re-eleito por dez, vinte, cinqüenta anos. Eu sou contra isso”, reforça. Por mais que esse ou aquele governo esteja desenvolvendo um bom trabalho é válido que haja troca, mudança, renovação, pois, como disse o vereador, é saudável. Assim como na agricultura, que a variação do cultivo de plantas diferentes fortalece o solo, alternar os políticos faz bem à política, ao município, estado e ao país.

Paulo Eduardo teve algumas conquistas desde que assumiu a 13ª cadeira dentro da Câmara, mas é só o começo. Há projetos grandes em discussão e muitos por vir. A caminhada não é e não será fácil, mas persistência é mais uma das características presentes neste funcionário público que dá o exemplo dispondo todos seus gastos, suas declarações de renda, mostrando total transparência para com o povo. Em seu site, blog e revista, o cidadão pode conhecê-lo melhor e ficar por dentro das sessões da Câmara, transmitidas ao vivo online e pelo youtube, gravado.

A Era em que vivemos, a digital, facilita muito a comunicação rápida e direta com quem quer que seja. Por isso, o jovem vereador está conectado 24h por dia nas redes sociais. Então, se o leitor quiser entrar em contato com Eduardo Ortiz, acesse o Facebook, o Google+, o Twitter, o YouTube ou até o chat online, ele estará ligado.


quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Falta D’Água em Itu: População pede socorro

Semana passada Itu voltou a ser o centro das atenções devido aos protestos da população contra a falta d’água, que atinge a cidade há quase um ano. Na segunda-feira, dia 22, o protesto foi em frente à Câmara Municipal e reuniu cerca de duas mil pessoas.

Como em todo protesto, o início foi pacífico, com repletos cartazes e dizeres variados, além de palavras de ordem. Enquanto os vereadores discutiam no plenário a decretação de calamidade pública, populares gritavam, cantavam e buzinavam. Não demorou muito e alguns manifestantes trouxeram ovos e tomates, que foram arremessados na fachada e janelas da Câmara. Conseguiram até jogar ovos dentro de uma das salas, cuja janela estava aberta.

Vereadores da oposição, entre eles Balbina Oliveira de Paula Santos, Givanildo Soares da Silva (Giva), Eduardo Ortiz e Matheus Costa, pontuaram, nos corredores da Câmara, suas propostas de melhorias ao abastecimento de água e criticando o governo atual pela falta de atitude. Conforme o tempo passava a população ficava cada vez mais impaciente diante à falta de informações. A partir daí as vozes, ovos e tomates foram substituídos por pedras. De dentro da Câmara ouviam-se portas e janelas sendo estilhaçadas, tanto as do piso térreo, quanto as do segundo andar. A insatisfação com a falta de água, que se agrava a cada dia, o descaso da prefeitura e a incerteza de quando serão atendidos, só piorava a tensão. O chão do plenário ficou repleto de cacos de vidro e pedras. O que impressionava mais era o tamanho das pedras.

Para o leitor ter uma idéia, imagine um paralelepípedo, corte-o ao meio, eis as pedras que foram parar dentro das salas. É importante ressaltar dois fatos: ninguém foi atingido e, mais importante, aqueles que praticaram vandalismo não tinham nenhuma ligação com os mediadores do movimento que prezaram e prezam pelo protesto sem violência e sem quebra-quebra. Mas sempre tem os ‘infiltrados’ que gostam de fazer bagunça.

A Guarda Civil Municipal (GCM) contava com dez homens naquele dia e mais 80 em pontos estratégicos da cidade. Sem contar com o apoio do Polícia Militar. Quando a depredação do patrimônio público começou a GCM, a PM e até a Tropa de Choque iniciaram a contenção destes através de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Os manifestantes tentaram se proteger dentro da Câmara ou se espalhando pelas ruas.


NOVO PROTESTO

Uma semana depois, dia 29, um novo protesto reuniu cerca de 400 pessoas em frente à prefeitura da cidade. A concentração foi bem menor comparado a do anterior, não há um motivo concreto que justifique. Talvez a distância do centro, o mal tempo ou até o maior número de GCMs no local, que contou com 70 homens, segundo o comandante Clemente Bortoleto Júnior, além da PM. Somente a Tropa de Choque não foi requisitada. Desta vez a movimentação também começou pacífica, assim como a primeira, e terminou do mesmo jeito, pacífica. Sem prejuízos ao patrimônio e sem bombas de efeito moral e balas de borracha.

Além dos cartazes, buzinas, palavras de ordem, desta vez o movimento contou até com um trio elétrico, um caixão e até coroa de flores, representando a morte da política de Itu e da própria cidade.

Durante o protesto, um pequeno grupo de manifestantes, entre eles os mediadores (Soraia Escoura, Mônica Seixas e Plínio Bernardi Júnior), além da imprensa, foi chamado para conversar com o secretário municipal de Segurança, Trânsito e Transportes, Coronel Marco Antônio Augusto. Ele ouviu as reivindicações, respondeu as perguntas dos jornalistas, explicou a não decretação de calamidade pública e defendeu o direito da população de manifestar, mas sem vandalismo.

As reivindicações imediatas dos presentes foram somente três: participação popular no Comitê Gestor da Água e no conselho da Agência Reguladora dos Serviços Delegados (AR-Itu), a divulgação dos contratos de concessão dos serviços de água e esgoto, e, por último, o conhecimento do Plano Estruturante, que traz medidas para resolver o problema de falta de água na cidade. Um termo de compromisso, pontuando os pedidos, foi assinado pelo secretário Coronel Marco, pelo superintendente da AR-Itu, Maurício Dantas e pelos organizadores do movimento.

No termo, foi acordado que em 10 dias os contratos de concessão estarão à disposição, a resposta da participação popular virá em até 72 horas (três dias) e a reunião que abordará o Plano Estruturante será datada em duas semanas.

*Confira os vídeos neste link: Falta D'Água Itu - Protesto Câmara Municipal / Depoimentos /