A prefeitura de São Paulo enviou uma nota à imprensa no dia
26 de dezembro dizendo que ia instituir o tão desejado passe livre, mas, só aos estudantes de escolas e universidades
públicas e universitários que participam de programas como Prouni e Fies. Em
números o passe livre vai beneficiar
cerca de 505 mil estudantes, dos quais 360 mil são da rede pública e 145 mil
estão dentro dos programas de educação citados.
De primeira, essa nota mostra que as ‘palavras de ordem’ que
movimentaram as ruas em junho de 2013 foram ouvidas. Porém, outro dado junto à
nota prova o contrário. Apesar de tornar o uso do transporte público (ônibus)
gratuito para uma pequena parcela da população, o prefeito Fernando Haddad (PT)
anuncia o aumento da tarifa do mesmo, de R$3,00 para R$3,50, à maioria dos
usuários. Uma estratégia de marketing, talvez?
As tarifas do bilhete único permanecem com o mesmo valor,
seja na modalidade mensal, semanal ou diário. O bilhete integrado com o Metrô e
trens da CPTM será de R$5,45. De acordo com os cálculos da Prefeitura, o reajuste
médio vai ficar em 7,92% e “apenas 8% dos usuários de ônibus na cidade pagariam
a tarifa reajustada”. Aqueles estudantes que não fazem parte de programas
sociais continuam a pagar meia tarifa.
A iniciativa é válida, mas atinge uma parcela pequena da
população que utiliza o transporte público na capital e acaba não sendo tão
benéfica, pois os que não estão incluídos vão ter um gasto a mais – detalhe –
ainda maior do que o reajuste proposto em 2013, de R$3,20. Será que a reação
vai ser a mesma? As ruas serão tomadas e as ‘palavras de ordem’ voltarão?
Motivos têm, e de sobra.
O passe livre entrou
em vigor no dia 6 de janeiro após ser aprovado pela Câmara Municipal. A partir
de agora o estudante que se encaixe nas normas já pode adquirir o passe livre. O secretário de
transportes, Jilmar Tatto, esclareceu que os alunos de universidades públicas
que não comprovarem baixa renda não terão direito à tarifa zero nos ônibus.
“Quem tem renda tem que pagar! O cara é rico! Tem que pagar. A tarifa zero é
para quem precisa”, enfatiza.
Em entrevista ao SPTV, no dia 30 do mês passado, o prefeito
Fernando Haddad (PT) negou que o passe
livre para estudantes seja uma forma de ‘diminuir’ os efeitos do reajuste
da tarifa de ônibus. Pode até não ser, a questão é como os usuários vão reagir,
pois esses 50 centavos farão diferença para muitos. Tal gratuidade vai custar
R$1,4 milhão segundo a prefeitura da capital. Um valor irrisório diante a
receita anual do município e os desvios, infelizmente, tão corriqueiros.
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